Os maiores crossovers da era dos jogos clássicos

Os Maiores Crossovers da Era dos Jogos Clássicos: Uma Viagem Nostálgica e Cheia de Surpresas!

E aí, galera do "Canal do Gabriel"! Sejam bem-vindos a mais um mergulho no universo dos games. Hoje, vamos falar de algo que sempre nos empolgou: quando mundos colidem, heróis se encontram e a diversão dobra – estamos falando dos crossovers! E não é qualquer crossover, mas sim aqueles que definiram a era de ouro dos jogos clássicos.

Prepare-se para uma viagem no tempo, dos consoles de 8 e 16 bits até a transição para os 32 e 64 bits, onde a criatividade e a ousadia das desenvolvedoras nos presentearam com algumas das uniões mais épicas da história dos videogames. Se você é fã de jogos antigos ou quer entender a raiz de muitas das colaborações que vemos hoje, este post é pra você! Vamos lá?


O Que é um Crossover e Por Que Amamos Tanto?

Um crossover, no contexto dos jogos, acontece quando personagens, elementos de enredo ou universos de diferentes franquias se encontram em um único título. Pense na emoção de ver seu herói favorito de um jogo interagindo com um personagem de outro universo completamente diferente!

Amamos crossovers por várias razões:

  • Realização de Sonhos: Desde pequenos, muitos de nós imaginávamos quem ganharia em uma luta entre Mario e Link, ou se os personagens da Marvel se dariam bem com Ryu e Ken. Os crossovers transformam essas fantasias em realidade.
  • Novas Perspectivas: Eles nos permitem ver personagens amados sob uma nova ótica, em gêneros ou situações incomuns.
  • Expansão de Universos: Ajudam a expandir a lore de franquias, criando pontes inesperadas e histórias inéditas.
  • Marketing e Inovação: São excelentes para gerar hype, atrair fãs de múltiplas bases e, muitas vezes, impulsionar a inovação na jogabilidade.
  • Nostalgia e Homenagem: Muitos crossovers servem como uma celebração de legados, homenageando a história dos videogames.

Na era clássica, onde a internet ainda engatinhava e a informação não era tão instantânea, um anúncio de crossover era um evento gigantesco. Era como ver um filme com todos os seus personagens favoritos juntos pela primeira vez!


O Que Torna um Crossover "Clássico" e Inesquecível?

Para um crossover ser considerado um "clássico", ele geralmente precisa ter algumas características marcantes:

  1. Impacto Cultural na Época: Ele gerou um burburinho enorme? Mudou a forma como as pessoas viam as franquias envolvidas?
  2. Inovação na Jogabilidade/Narrativa: Trouxe algo novo para o gênero? A história da união era envolvente e fazia sentido (ou era divertida o suficiente para ignorar a falta de sentido)?
  3. Legado e Influência: Inspirou outros jogos? Ajudou a popularizar o conceito de crossover ou uma de suas franquias?
  4. Originalidade da União: Era uma parceria que ninguém esperava, mas que funcionou incrivelmente bem?
  5. Qualidade do Jogo: Acima de tudo, o jogo em si era bom e divertido de jogar, independentemente do crossover?

Com esses critérios em mente, vamos mergulhar nos maiores marcos que definiram essa era e deixaram sua marca para sempre no coração dos gamers!


1. Marvel vs. Capcom Series: O Ringue dos Sonhos

Quando pensamos em crossovers de luta na era clássica, é quase impossível não começar com a lendária série Marvel vs. Capcom. A Capcom já era mestra em jogos de luta com "Street Fighter", e a Marvel Comics tinha um panteão de super-heróis amados. A união de forças dessas duas gigantes foi explosiva!

A Gênese e Evolução:

  • X-Men vs. Street Fighter (Arcade, Sega Saturn, PlayStation - 1996): Este foi o pontapé inicial. Ver Wolverine trocando socos com Ryu, ou Ciclope disparando optic blasts em Chun-Li, era algo de outro mundo! A jogabilidade era baseada em equipes de dois personagens, com a possibilidade de trocar entre eles no meio do combate. Isso adicionou uma camada tática e um ritmo frenético nunca antes visto. Foi um sucesso estrondoso nos arcades.
  • Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (Arcade, Sega Saturn, PlayStation - 1997): Expandindo a lista de personagens, este jogo trouxe ainda mais heróis e vilões da Marvel, como o Incrível Hulk e o vilão Shuma-Gorath, junto com novos rostos da Capcom. Manteve a mesma fórmula viciante do seu predecessor, solidificando a paixão dos fãs por essa parceria.
  • Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (Arcade, Dreamcast, PlayStation - 1998): Ah, aqui a coisa ficou séria! Este título foi um divisor de águas. Não se limitando mais apenas a "Street Fighter", ele trouxe personagens de outras franquias icônicas da Capcom, como Mega Man, Captain Commando, Strider Hiryu e Morrigan (Darkstalkers). O sistema de "assistências" foi aprimorado, permitindo chamar seu parceiro para ataques rápidos. Gráficos mais vibrantes e animações ainda mais loucas fizeram deste um clássico instantâneo.
  • Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes (Arcade, Dreamcast, PlayStation 2, Xbox - 2000): Muitos consideram o ápice da série e um dos maiores jogos de luta de todos os tempos. Lançado no finalzinho da era clássica (e início da era PS2/Dreamcast), MvC2 era um monstro de conteúdo. Tinha mais de 50 personagens, incluindo a icônica Rogue, Cable, Jill Valentine (Resident Evil) e a obscura Anakaris. A jogabilidade era ainda mais frenética, com times de três personagens e combos infinitos. Foi um fenômeno que dominou os arcades e campeonatos por anos a fio.

Curiosidades e Impacto:

A série Marvel vs. Capcom não apenas popularizou o conceito de crossovers de luta, mas também introduziu muitos personagens da Capcom a um público ocidental mais amplo e vice-versa para a Marvel no Japão. A jogabilidade rápida, os combos absurdos e os super-ataques espetaculares se tornaram a marca registrada, influenciando incontáveis jogos de luta que vieram depois. Era a realização de um sonho para qualquer fã de quadrinhos e videogames.


2. Super Smash Bros. (Nintendo 64): A Celebração da Nintendo

A Nintendo, com seu elenco invejável de personagens icônicos, tinha o cenário perfeito para um crossover, mas ninguém esperava que seria um jogo de luta... e que seria tão diferente! Super Smash Bros., lançado para o Nintendo 64 em 1999, não era apenas um jogo, era uma celebração da história e do legado da Big N.

A Ideia Inovadora:

A equipe de desenvolvimento, liderada por Masahiro Sakurai e Satoru Iwata, começou com um protótipo sem os personagens da Nintendo, apenas para testar a mecânica de luta em plataforma. A ideia era criar um jogo onde o objetivo não era zerar a barra de vida, mas sim arremessar os oponentes para fora da tela. Uma vez que a jogabilidade se mostrou divertida, a Nintendo deu luz verde para usar suas estrelas.

Personagens e Jogabilidade:

O elenco inicial pode parecer pequeno para os padrões de hoje (apenas 12 personagens desbloqueáveis), mas era revolucionário na época: Mario, Link, Samus, Pikachu, Fox McCloud, Donkey Kong, Yoshi, Kirby e outros se enfrentavam em estágios inspirados em seus próprios jogos.

A jogabilidade era acessível para novatos, mas com profundidade para jogadores experientes. Sem barras de vida tradicionais, os personagens acumulavam "porcentagem de dano", o que os tornava mais fáceis de serem lançados para fora do palco. Isso, combinado com itens icônicos (cascos de Koopa, pokébolas, estrelas invencíveis), criou um caos controlado e divertido, perfeito para jogar com amigos.

Curiosidades e Impacto:

Smash Bros. N64 foi um sucesso imediato, vendendo mais de 5 milhões de cópias. Ele se tornou o "party game" definitivo do Nintendo 64 e estabeleceu as bases para uma das franquias mais bem-sucedidas e aclamadas da Nintendo. Ele provou que um crossover pode reinventar um gênero e ser um evento cultural por si só. A sensação de ver Mario e Link lutando lado a lado em Hyrule ou no Castelo da Peach era algo mágico e indescritível para a época.


3. Kingdom Hearts (PlayStation 2): Quando Final Fantasy Encontra a Disney

Este pode estar um pouco no limite da definição estrita de "era clássica" (lançado em 2002), mas Kingdom Hearts é um crossover tão monumental e influente que seria um crime não mencioná-lo. Ele elevou o conceito de crossover narrativo a um novo patamar, unindo dois universos que, a princípio, pareciam completamente incompatíveis: a fantasia épica da Square Enix (Final Fantasy) e o encanto atemporal da Disney.

A Visão Ousada:

A ideia surgiu de uma conversa entre Shinji Hashimoto (Square) e Hironobu Sakaguchi (criador de Final Fantasy) sobre como competir com Super Mario 64. A Disney tinha escritórios no mesmo prédio, e a parceria foi proposta. Tetsuya Nomura foi o escolhido para dirigir o projeto, e ele criou uma história original que conseguia mesclar de forma surpreendentemente coerente personagens como Mickey Mouse, Pato Donald e Pateta com Cloud Strife, Squall Leonhart e Tifa Lockhart.

A História e a Jogabilidade:

Você joga como Sora, um jovem empunhador de uma Keyblade, que viaja por diversos mundos da Disney (Atlântica, Terra do Nunca, Selva Profunda, Agrabah) para deter as criaturas das trevas conhecidas como Heartless, enquanto procura seus amigos e o Rei Mickey. Donald e Pateta são seus companheiros de equipe inseparáveis.

A jogabilidade é um RPG de ação em tempo real, com combate dinâmico e elementos de plataforma. É um balé visual e sonoro, com a icônica trilha sonora de Yoko Shimomura elevando ainda mais a experiência.

Curiosidades e Impacto:

Kingdom Hearts foi um risco enorme que pagou muito bem. A complexidade de sua narrativa e a profundidade de seus personagens ressoaram com milhões de jogadores. Ele não apenas criou uma franquia de sucesso com inúmeras continuações, mas também mostrou que com uma boa visão e muito respeito pelas IPs envolvidas, os crossovers mais improváveis podem se tornar obras-primas. A emoção de lutar ao lado de Hércules ou voar na nave do Peter Pan enquanto se encontra com Sephiroth é algo inesquecível.


4. Capcom vs. SNK Series: A Trégua da Guerra dos Consoles

Nos anos 90, se você era fã de jogos de luta, provavelmente tinha uma preferência: ou era do time da Capcom (Street Fighter) ou do time da SNK (King of Fighters, Fatal Fury, Samurai Shodown). As duas empresas eram rivais ferrenhas, e seus jogos dominavam os fliperamas. O impensável aconteceu quando elas decidiram unir forças para uma série de crossovers que celebrou essa rivalidade de forma espetacular.

A Série e Seus Destaques:

  • Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 (Arcade, Dreamcast, PlayStation - 2000): Este foi o primeiro grande encontro oficial. Ryu, Ken e Chun-Li da Capcom enfrentando Kyo Kusanagi, Terry Bogard e Mai Shiranui da SNK. O jogo apresentou um sistema de "Grooves" (Capcom Groove e SNK Groove), que alterava significativamente a forma como os especiais e combos eram executados, replicando estilos de jogo de ambas as empresas. Isso permitiu que os fãs escolhessem o estilo que mais se adequava a eles.
  • Capcom vs. SNK 2: Millionaire Fighting 2001 (Arcade, Dreamcast, PlayStation 2, GameCube, Xbox - 2001): Expandindo a lista para mais de 40 personagens e introduzindo seis "Grooves" diferentes (baseados em jogos como Street Fighter Alpha, Street Fighter III e KOF '94), este jogo é amplamente considerado o melhor da série. Era um festival de fan service, com personagens de "Darkstalkers" (Capcom) e "Art of Fighting" (SNK) se juntando à briga.
  • SNK vs. Capcom: SVC Chaos (Arcade, Neo Geo, PlayStation 2, Xbox - 2003): Desta vez, a SNK tomou a frente no desenvolvimento, e o tom do jogo era um pouco mais sombrio e agressivo. Focado em personagens mais "cult" e com um sistema de jogabilidade ligeiramente diferente, SVC Chaos foi uma resposta direta aos títulos da Capcom, mostrando que a SNK também tinha sua visão para o crossover.

Curiosidades e Impacto:

A série Capcom vs. SNK foi um evento cultural para os fãs de jogos de luta. Era a materialização de anos de discussões sobre qual empresa tinha os melhores lutadores. Além de ser uma excelente série de jogos, ela representou uma trégua e uma celebração mútua entre duas das maiores forças do gênero. Ela provou que a rivalidade pode levar a colaborações incríveis, unindo comunidades que antes se viam como adversárias.


5. Mario & Luigi: Superstar Saga (Game Boy Advance): A Aventura Cômica dos Irmãos em Outro Reino

A Nintendo sempre foi a rainha dos crossovers internos, e o universo de Mario é um campo fértil para isso. Embora a maioria dos jogos de Mario se passe no Reino do Cogumelo, Mario & Luigi: Superstar Saga, lançado para o Game Boy Advance em 2003, levou os encanadores para uma aventura cômica em um reino vizinho: o Reino do Feijão (Beanbean Kingdom).

Uma Nova Abordagem para o RPG:

A série "Mario & Luigi" (desenvolvida pela AlphaDream) se destacou por seu humor irreverente, sua jogabilidade inovadora e seu foco na dinâmica entre os irmãos. Em Superstar Saga, o Bowser se une a Mario e Luigi para resgatar a voz da Princesa Peach, roubada pela vilã Cackletta e seu capanga Fawful. A partir daí, a história se desenrola em um mundo novo, cheio de personagens originais e referências a ambos os universos.

Destaques da Jogabilidade:

  • Combate Interativo: O combate por turnos tinha elementos de ação, onde você precisava apertar botões no tempo certo para aumentar o dano ou se defender.
  • Ações em Dupla: Mario e Luigi trabalhavam juntos para resolver quebra-cabeças e ativar habilidades especiais, como o "High Jump" (Mario pula em Luigi) ou o "Spin Jump" (eles giram juntos).
  • Humor: Diálogos hilários, personagens excêntricos e situações inesperadas garantiam boas risadas.

Curiosidades e Impacto:

Superstar Saga não é um crossover no sentido de "personagens de IPs diferentes se encontrando", mas é um crossover de universos dentro da própria Nintendo, apresentando um novo reino com suas próprias regras e cultura, mas que interage diretamente com o mundo de Mario. Ele expandiu a mitologia de Mario de uma forma charmosa e divertida, mostrando que os personagens mais conhecidos podem prosperar em novos gêneros e com novas abordagens narrativas, dando origem a uma das melhores séries de RPG do GBA.


6. The Legend of Zelda: Link's Awakening (Game Boy): Mario Invade Hyrule (Meio Que!)

Prepare-se para uma das surpresas mais adoráveis da era clássica! The Legend of Zelda: Link's Awakening, lançado para o Game Boy em 1993, é um jogo aclamado por sua história única e por se passar fora de Hyrule, na misteriosa Ilha Koholint. Mas o que poucos esperavam era encontrar elementos do universo Mario dentro de um jogo de Zelda!

As Aparições Inesperadas:

Ao longo da aventura de Link, o jogador se depara com alguns rostos (ou criaturas) muito familiares do Reino do Cogumelo:

  • Goombas: Esses clássicos inimigos de Mario aparecem em várias dungeons, e podem ser derrotados pulando em suas cabeças, assim como em um jogo de Mario.
  • Chain Chomps: As ferozes bolas de ferro com dentes, presas por uma corrente, também fazem uma aparição, inclusive sendo úteis em alguns puzzles.
  • Piranha Plants: As plantas carnívoras que vivem em canos também dão as caras.
  • Kirby: Sim, o próprio herói rosa da Nintendo aparece como um inimigo! Ele pode te sugar e cuspir, exatamente como em seus jogos.
  • Príncipe Richard: Um personagem com uma mansão cheia de sapos que é uma referência a "The Frog Prince", mas também um aceno a "Kaeru no Tame ni Kane wa Naru", outro jogo da Nintendo.

Curiosidades e Impacto:

Esses pequenos crossovers e easter eggs não apenas adicionaram um toque de humor e surpresa a Link's Awakening, mas também mostraram como a Nintendo gostava de brincar com suas próprias IPs. Era um aceno divertido para os fãs que reconheciam esses personagens e mostrava a interconectividade (ainda que sutil) do universo Nintendo. Foi um dos primeiros exemplos de "self-crossover" que quebrou barreiras entre as franquias da mesma empresa de uma forma bastante charmosa.


7. Konami Wai Wai World (Famicom/NES): A Reunião dos Heróis da Konami

Antes mesmo de Super Smash Bros. reunir os heróis da Nintendo, a Konami já estava fazendo algo parecido com seus próprios personagens. Konami Wai Wai World, lançado para o Famicom (o NES japonês) em 1988, é um dos primeiros e mais emblemáticos crossovers internos da era clássica.

Quem Está na Festa?

O jogo te coloca no controle do herói original "Konami Man" (e depois "Konami Lady"), que deve resgatar outros seis heróis da Konami que foram capturados:

  • Goemon (Ganbare Goemon/Mystical Ninja): O ninja folclórico.
  • Simon Belmont (Castlevania): O caçador de vampiros.
  • Getsu Fūma (Getsu Fūma Den): Um herói de um jogo de ação obscuro.
  • Moai (Gradius): As famosas cabeças de pedra que atiram anéis.
  • Michael (Knight Rider): O protagonista do seriado "A Super Máquina".
  • King Kong: O gorila gigante! (Sim, a Konami tinha os direitos para um jogo do King Kong na época).

Além deles, você pode chamar "Vic Viper" (da série Gradius) e "TwinBee" (do jogo de tiro TwinBee) para ataques de suporte aéreos.

Jogabilidade e Inovação:

Wai Wai World é um jogo de plataforma e ação com elementos de tiro. Cada personagem tem habilidades únicas: Simon tem seu chicote, Goemon pode atirar moedas, e assim por diante. O jogo é não linear, permitindo que você escolha a ordem em que deseja visitar os mundos temáticos de cada personagem (incluindo uma fase de shoot'em up da série Gradius!).

Curiosidades e Impacto:

Este jogo é um tesouro para os fãs da Konami e um marco nos crossovers. Ele demonstrou que era possível criar uma aventura coesa reunindo personagens de gêneros e estilos completamente diferentes. O título "Wai Wai" significa algo como "barulhento" ou "animado" em japonês, capturando perfeitamente a essência dessa divertida reunião. Infelizmente, o jogo nunca foi lançado oficialmente no ocidente, tornando-o uma joia rara e um cult classic entre os entusiastas de retrogaming. É um exemplo perfeito de como os desenvolvedores da era clássica já estavam pensando fora da caixa para surpreender os jogadores.


8. Dream Mix TV World Fighters (PlayStation 2/GameCube): O Sucessor Espiritual do "Wai Wai"

Embora lançado em 2003 e, portanto, na borda da "era clássica" para muitos, Dream Mix TV World Fighters merece ser mencionado como uma culminação do espírito crossover da velha guarda, especialmente vindo do legado da Konami. Desenvolvido pela Hudson Soft em colaboração com Konami e Takara, este jogo é essencialmente uma versão mais moderna e expandida da ideia de Konami Wai Wai World, com a clara inspiração de Super Smash Bros.

Quem Entrou na Briga?

Este jogo reúne personagens de algumas das maiores franquias da Konami, Hudson Soft e Takara:

  • Konami: Simon Belmont (Castlevania), Optimus Prime/Convoy (Transformers, via Takara), Solid Snake (Metal Gear Solid), Power Pro-kun (Jikkyou Powerful Pro Yakyuu), TwinBee.
  • Hudson Soft: Bomberman, Master Higgins (Adventure Island), Yugo Ōgami (Bloody Roar).
  • Takara: Licenças de brinquedos e animes populares no Japão, como Microman e os já mencionados Transformers.

Sim, você leu certo: Solid Snake lutando contra Bomberman, ou Simon Belmont enfrentando Optimus Prime! A loucura era real.

Jogabilidade e Proposta:

O jogo é um brawler de plataforma estilo Super Smash Bros., com um foco em arremessar os oponentes para fora da arena. Os personagens têm seus próprios movimentos especiais e uma grande variedade de itens icônicos de suas respectivas franquias que aparecem nos estágios. A premissa narrativa é que os personagens estão competindo em um programa de TV para decidir quem é o "Campeão da Dimensão".

Curiosidades e Impacto:

Dream Mix TV World Fighters é um tesouro escondido para quem busca crossovers bizarros e divertidos. Infelizmente, foi lançado apenas no Japão, o que o torna menos conhecido no ocidente. No entanto, ele representa perfeitamente o desejo das desenvolvedoras japonesas de criar esses "jogos dos sonhos" unindo seus ícones. Ele mostra a evolução da ideia de Wai Wai World para o formato que Smash Bros. popularizou, mas com uma dose extra de excentricidade e nostalgia de diversas empresas. É uma prova de que a paixão por misturar universos se manteve forte e criativa mesmo com a transição para consoles mais potentes.


Curiosidades e o Impacto Duradouro dos Crossovers Clássicos

Os crossovers da era clássica não foram apenas eventos isolados; eles moldaram a indústria e deixaram um legado que sentimos até hoje.

  • Pioneiros do Fan Service: Muito antes do termo "fan service" se popularizar na internet, esses jogos já o faziam de forma exemplar. Eram cartas de amor aos fãs, mostrando que as empresas ouviam (ou imaginavam) os desejos de seus jogadores.
  • Marketing Poderoso: Um crossover era uma forma infalível de gerar buzz. A simples menção de "Marvel" e "Capcom" juntos, ou "Mario" e "Link" na mesma tela, bastava para vender cópias. Eles atraíam não apenas os fãs das franquias envolvidas, mas também curiosos que queriam ver a magia acontecer.
  • Quebrando Barreiras de Gênero: Crossovers muitas vezes significavam colocar personagens em gêneros que não eram os seus. Ver personagens de RPG em um jogo de luta (Final Fantasy em Kingdom Hearts) ou heróis de plataforma em um brawler (Mario em Smash Bros.) abria a mente dos desenvolvedores e dos jogadores para novas possibilidades.
  • Inspiração para o Futuro: Sem os crossovers clássicos, talvez não tivéssemos a explosão de colaborações que vemos hoje. Fortnite, por exemplo, é um gigantesco ecossistema de crossovers. Super Smash Bros. Ultimate continua a ser o maior tributo à história dos videogames. Multiversus, um brawler da Warner Bros., segue a mesma linha. Esses jogos modernos são herdeiros diretos da ousadia e criatividade demonstradas na era clássica.
  • Desafios de Desenvolvimento: Fazer um crossover não é fácil. Envolve licenças complexas, direitos autorais, e o desafio de balancear personagens de diferentes universos sem desrespeitar suas identidades. A equipe precisa garantir que os personagens pareçam autênticos, mesmo em um novo contexto. Os crossovers clássicos, com suas limitações técnicas, são ainda mais impressionantes por terem superado esses obstáculos.
  • Dica para os Jogadores Atuais: Quer reviver esses momentos épicos? Muitos desses clássicos estão disponíveis em coleções oficiais (como a "Capcom Fighting Collection" ou as coleções de Kingdom Hearts) para consoles modernos. Emuladores também são uma ótima forma de mergulhar na nostalgia, mas sempre que possível, apoie os lançamentos oficiais para incentivar a preservação dos jogos.

O Legado e a Continuidade

A era dos jogos clássicos pode ter terminado, mas o espírito dos crossovers vive e prospera. Os títulos que vimos hoje pavimentaram o caminho para a ideia de que universos podem, e devem, colidir. Eles nos ensinaram que a diversão não tem limites quando a criatividade e o respeito pelos personagens estão em primeiro lugar.

Esses jogos não são apenas relíquias do passado; eles são lições de design, inovação e, acima de tudo, pura alegria gamer. Eles nos lembram que a comunidade de jogadores é vasta e diversa, e que a união de diferentes paixões pode gerar algo verdadeiramente espetacular.


Conclusão: Celebrando a Magia dos Encontros Improváveis

Os maiores crossovers da era dos jogos clássicos foram mais do que simples experimentos; eles foram celebrações, realizações de sonhos e verdadeiros marcos na história dos videogames. Desde as batalhas frenéticas de Marvel vs. Capcom até a aventura mágica de Kingdom Hearts, e o caos divertido de Super Smash Bros., cada um desses títulos nos mostrou o poder da colaboração e a emoção de ver nossos heróis favoritos se unindo.

Eles provaram que as barreiras entre universos são feitas para serem quebradas, e que a imaginação dos desenvolvedores, aliada à paixão dos jogadores, pode criar experiências inesquecíveis.

Agora queremos saber de você: Qual foi o seu crossover clássico favorito? Qual encontro de personagens te marcou mais? Deixe seu comentário abaixo e vamos continuar essa conversa nostálgica!

Fique ligado no "Canal do Gabriel" para mais conteúdos incríveis sobre o mundo dos games! Até a próxima!